Tinha
a maior das invejas do Prof. Daniel Serrão. Digo inveja porque é mais forte que
admiração. E porque dizer «inveja» impressiona mais que «admiração».
Mas
digo «inveja» porque o Prof. Daniel Serrão foi muito do que eu gostava de ser «quando
for grande» e que, sei bem, nunca conseguirei.
Tinha
a bonomia dos justos. A serenidade dos sábios. A abertura dos inteligentes. O
reconhecimento dos eleitos.
Não
lhe sobraram temas, disputas e adversários difíceis e exigentes. E nem sempre alinhou com os mesmos. No entanto – é
aqui que se funda a minha inveja – exibiu invariavelmente uma
enorme, invulgar e quase rara capacidade de preservar o respeito, a simpatia e, no
fundo, a ligação aos que se encontravam do outro lado. Era um homem que «fazia
pontes» sem ser um consensualista e preservando-se na sua integridade. Eu
admiro esta capacidade. Desculpem, invejo.
PS.
A sua dimensão merecia uma despedida em «prime time». As circunstâncias, ao não
o permitirem, emprestaram uma certa serenidade à sua despedida. Também não está
mal.
#Jardim
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