sábado, 28 de maio de 2016

Declarações de amor

Provincianamente, cresci refém de vários preconceitos. Um deles sempre foi o de que as declarações de amor, quando ditas em inglês, ou mesmo em brasileiro, ficam naturalmente bem. Já se ditas no nosso português soam a forçado, pouco natural e até ridículo.

Eu reconheço que, por um lado, somos filhos das séries e filmes em inglês - em que qualquer "I love you", "I miss you" ou "I need you" sai sempre bem. E por outro, fomos formatados pelas telenovelas brasileiras - em que o banal "te amo" ou "eu amo você" contrastava com o nosso forçado e quase anti natural "eu amo-te" (com ou sem acento no "a"). Em inglês ou em brasileiro, todos tivemos o nosso momento mais frágil (quem nunca estremeceu com uma declaração de amor no cinema ou na TV?).

Com o tempo, com a experiência e alguma emancipação, fomos aderindo ao português e ao nosso modo de nos declararmos. Eu, pessoalmente, desde que tenho filhos, tenho vindo a descobrir a riqueza impressionante da nossa língua. Nas palavras, na forma de as dizer e nas imagens disponíveis.

A mais recente (e que ainda ferve no meu coração sensível) foi-me dedicada pela minha filha de 4 anos que, doente em casa e acompanhando-me à porta de saída me pediu "pai, compra-me uma lata de salsichas só para mim?". Quando lhe disse "claro que sim, filha", respondeu em bom português e com a voz embargada pela febre "o pai é lindo". Não sei se em inglês ou brasileiro ficava tão bem ...

#Saladeestar

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Aprender com os 6 meses da esquerda

Estes seis meses de governo da esquerda - com BE e PCP implicados - deviam interpelar a direita parlamentar e social para lá da mera oposição (por muito competente e eficaz que esta possa e deva ser).

Para o bem ou para o mal, a esquerda, ao contrário da direita, está apostada em assumir-se. E por isso, uma vez sentada no poder, avança sem freio nem pudor. Na primeira hora, e no que ao plano simbólico e cultural dos costumes se refere, arrasou as taxas e demais medidas dissuasoras do aborto, avançou para a adopção por casais homossexuais, para as barrigas de aluguer e lançou a eutanásia. No plano estritamente político, foi em frente com o fim dos cortes nas pensões e na função pública, revogou o coeficiente familiar, e não hesitou na reversão das concessões e privatizações nos transportes. Não satisfeita, lançou-se ainda contra os contratos de associação na educação, aproveitando para desprezar os bons resultados e a história de tantas escolas junto das suas comunidades e entrincheirando eventuais pretensões sobre a "liberdade de educação".

Se há característica que se destaca, e que marca a esquerda por contraposição à direita, - e é perigosamente cada vez mais assim - é que a esquerda não hesita em avançar com as suas reformas ideológicas, desprezando se necessário o argumento económico-financeiro.

Já a direita nem com maiorias absolutíssimas avança com olhos de ver. E no que avança fá-lo com mil hesitações. Por muito que o estado de necessidade financeira diminua a margem de actuação, ele não justifica tudo. Até porque há muitas medidas simbólicas que escapam a esse espartilho (como bem demonstra a esquerda).

Para quem não se identifique nada. Para quem não se identifique substancialmente. Ou para quem não se identifique em parte (porque não enjeita algumas das medidas). Seja para quem for, a verdade é que estes seis meses de governo da esquerda servem, entre outras coisas, para cravar esse sulco entre a tibieza da direita e o despudor da esquerda. Devíamos aprender.

#Escritorio

quarta-feira, 25 de maio de 2016

É muito isto


#Salaodevisitas

Elevador

Não deve haver lugar de maior tensão diária que os elevadores nos edifícios de escritórios.
Quando primo o botão para chamar o elevador que me há-de levar ao meu posto de trabalho o gesto é sempre acompanhado do desejo interior de que nada nem ninguém me importune aquele percurso vazio. Gosto de andar sozinho de elevador. Relaxam-me aqueles segundos em que não penso em nada, não faço nada e não sou estimulado para nada (nem pelo telemóvel que perde logo a rede).
Quando aquele nada nos é negado não é só o nada que nos é negado. Ele é trocado pela desconfortável tensão da companhia – qualquer que ela seja – que ora suscita conversa forçada de circunstância (ah, o tempo, as obras da rua, o fim-de-semana) ora impõe um silêncio sepulcral e infindável que permite nervosamente fazer imensa coisa. Ajeitar o nó da gravata. Olhar (sem ver!) os papéis ou o telemóvel que temos nas mãos. E ler a ampla literatura afixada no elevador. Eu, por exemplo, já sei de cor que o certificado de inspecção da Schindler está em vigor até 16 de Outubro de 2016 e que tem de ser solicitada a sua renovação até ao dia 16 do mês anterior.

#Saladeestar

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Sempre

Já várias vezes disse que não sou adepto da festa. Gosto da glória que justifica a festa. E não me ensaio para a festa. Mas não foi nem é na festa que me revelo, que me revejo ou que me vingo.
Gosto demais do Porto para medir a minha adesão pela glória concreta e circunstancial. Arrisco até dizer que, como em tudo na vida, é nos momentos mais difíceis que me afeiçoo mais, que me confirmo. Do Porto sou, ao Porto me entrego, com o Porto me confundo. E é por ver assim, por sentir assim, por ser assim, que me ligo ao Porto para lá dos protagonistas que transitoriamente «estão» no clube. Há mais ou menos tempo, com maior ou menor drama.
Hoje mais ainda que ontem. Porto sempre!

#Saladejogos

Não. Não aconteceu taça.

1. Parabéns ao Braga.
2. Quando vejo os golos que sofremos apetece-me chorar. Literalmente.
3. Já não sei quantas vezes, ao longo desta época, clamei pelo André Silva. Era demasiado óbvio. Tem tudo. Mesmo tudo. É portista a sério. Fez o percurso todo no Porto. É português. É trabalhador (já o sigo há mais de 2 anos). É fisicamente forte. É ponta de lança. Tem faro de golo. Marca golos. Muitos. E ainda não vimos nada.
4. O Fernando Santos podia ter seleccionado o André Silva (e foi, juntamente com o Ricardo Pereira, o meu lamento da convocatória). Mas não vale a pena apontar o dedo ao seleccionador nacional. Fomos nós, no Porto, que não quisemos apostar nele ao longo da época. Contra todas as evidências e conveniências.
5. Custa-me dizer isto. Mas não merecíamos esta taça. Nem a direcção. Nem a equipa técnica. Nem os jogadores. Nem nós, adeptos. Por esta ordem.

#Saladejogos

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Ir

Há qualquer coisa de sufocante no fenómeno dos festivais de Música. Em certa medida, estão transformados num mundo de alegria, de sucesso, de partilha, a que colectivamente quase nos sentimos obrigados a ceder. Esse sufoco dos festivais decorre, naturalmente, dos méritos de quem os erige mas muito do nosso consentimento. E já sabemos. É sempre incrível, histórico, memorável. As bandas, os artistas (e os seus petit noms), os directos e as multidões. As súbitas multidões de fãs incondicionais. Pouco espaço sobra para a dúvida ou para a entrega mais tímida.
E sempre sem condicionamentos de monta, por muito dinheiro, por muito tempo e por muito exigente que seja a gestão familiar. Ir é o verbo. «Eu Vou», lê-se por todo o lado.

#Saladeestar

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Os contratos de associação e a liberdade

Os contratos de associação foram criados – e têm persistido – fundamentalmente para acudir às carências da rede pública (entendendo-se por rede pública as escolas do Estado).
Esses contratos não têm, de facto, qualquer relação com a questão da liberdade de educação e de acesso às instituições de ensino. Por muito que carreguem no argumento, não é essa a génese e a razão dos contratos de associação. A haver alguma relação ela advém, simplesmente, da circunstância de os contratos de associação demonstrarem que a propriedade das escolas é um mero preconceito, que sendo de privados nem por isso fica em causa a prestação do serviço público, que em tais casos pode o dito serviço público ser prestado a um mais baixo custo e até com mais qualidade. Talvez fosse útil perceber porque tem o Estado concorrido para a supressão daquelas carências de rede que justificam agora a iminente exclusão de escolas de sucesso (que se mede, designadamente, pela adesão e pela história junto da comunidade em que se inserem). Mesmo descontando o efeito da crise de natalidade (há menos alunos) parece que o Estado fez investimentos onde eles não seriam verdadeiramente necessários.
O que é facto é que não há, entre nós, liberdade de educação. Eu, que tenho os meus filhos numa escola pública, e que, volta e meia, pondero inscrevê-los numa escola privada, esbarro sempre no factor verdadeiramente dissuasor que dá pelo nome de propina mensal (que no meu caso até pode não ser determinante). Dizer que um agregado familiar pobre, em matéria de acesso à rede de ensino, tem a mesma liberdade que um agregado familiar abastado, é pura hipocrisia.
Debater e defender a liberdade de ensino – também traduzida simplisticamente por cheque ensino – faz todo o sentido. Advertir que essa liberdade de ensino não é compatível com critérios de selecção discriminatórios é entrar no fulcro do debate que interessa aprofundar. Já não me parece muito útil aproveitar a luta dos contratos de associação para invocar essa liberdade. Sinceramente, põe a nu algum oportunismo e confusão. E, sobretudo, revela falta de convicção, senão mesmo coragem, pois muitos dos seus porta-vozes, quando responsáveis pela tutela, foram os primeiros a evitar o dito debate que interessaria ter.

#Saladeestar
#Escritório

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A bem do futebol


 No dia em que não ficássemos com azia. No dia em que não nos desse enorme gozo a azia dos outros. No dia em que não tentássemos dourar as nossas conquistas para disfarçar a relevância das conquistas dos outros. No dia em que não gozássemos hiperbolicamente as nossas glórias.
Esse seria o dia da despromoção do futebol e dos clubes.
O futebol, as audiências, os estádios, os clubes, os patrocinadores. Vivem sobretudo dos adeptos. Os «simpatizantes» (chamemos-lhes assim) são um mero complemento que se se generalizasse remetia o futebol e os clubes a uma espécie de ATL.
O discurso politicamente correcto, se tivesse respaldo na realidade, reduziria a pó o interesse do futebol e a viabilidade das competições tal como as desejamos.
E não. Não confundam com falta de nível, de urbanidade ou de saber estar. E muito menos com violência ou corrupção.
Nunca tive dúvidas de que é muito saudável que eu deteste ver o Benfica tricampeão. Que eu sofra com a desgraça do meu Porto. E é também saudável que eu exagere nesses sentimentos. Que o digam os meus amigos e família do Benfica ou do Sporting. Que o diga eu que não gozava metade se não fossem eles.

A bem do futebol!

#Saladejogos

quarta-feira, 11 de maio de 2016

O meu minuto 92

Não lamento nada. Há quem se arrependa de não se ter entregue à medida do momento. Eu não. Não lamento nada.
Festejei como se não houvesse amanhã. Com quem queria, a começar pelo meu filho que já viveu e sentiu como eu. Saltei, abracei, beijei, gritei, dancei. Tudo superlativamente. Lembro-me que já não estava quase ninguém no estádio e que até tive de ser convidado a sair do Dragão (não queria sair enquanto estivesse lá, em sofrimento e para meu supremo gozo, a falange do adversário).
Agasalhei-me depois com uma francesinha numa das várias cervejarias que por toda a cidade se apinharam de gente feliz. Recordo-me de encontrar imensos amigos (que, naquela ocasião, eram ainda mais amigos tal era a recíproca abertura de coração e disponibilidade para mais abraços). Sempre ao som dos festejos daquele momento, daquele golo. E sempre acompanhado das imagens em repetição sucessiva que preenchiam os vários ecrãs que costumeiramente decoram as paredes destes templos do pós-jogo. E matei uns finos. Muitos.
Se há momento que gozei e que percebi o quanto valia, foi esse.

Há 3 anos.

#Saladejogos

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Na berma até Fátima

Todos os anos somos surpreendidos (surpreendidos não será bem o termo, infelizmente) com a tragédia dos atropelamentos de grupos de peregrinos a caminho de Fátima. Se é certo que não há "épocas baixas" é com a proximidade do 13 de Maio - data em que afluem mais peregrinos - que essas tristes notícias são demasiado frequentes.

No país das auto-estradas (já vai da A1 à A49!, imaginem), das super escolas com mobiliário de assinatura e dos Programas Polis, ainda não temos um simples caminho, com um mínimo de segurança, ao dispor dos milhares de peregrinos que já mereciam evitar a berma da Estrada Nacional 1 (o que para alguns, será o mesmo que dizer, que já mereciam não perder a vida).

Eu perceberei pouco do que deve ou não deve ser o investimento público mas percebo o suficiente para ter a certeza de que é escandaloso, quase 100 anos depois dos primeiros peregrinos, ainda não termos concluído uma das mais elementares obras públicas. E esta seria verdadeiramente universal. Beneficiaria novos e velhos, ricos e pobres, homens e mulheres. Ou não fosse o caminho para Fátima.

Também aqui www.opalacete.blogspot.com

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A política e a natalidade

A agenda da natalidade (não confundam com a agenda pessoal de fertilidade...) tem servido, infelizmente, para o exercício mais primário do jogo político-parlamentar.
O diagnóstico é tão objectivo - faltam nascimentos e crianças em Portugal, está em causa a sustentação da segurança social e a dimensão do nosso mercado - que a consensualização à volta de medidas ao serviço dessa causa deveria ser quase um impulso colectivo. Infelizmente não foi e continua a não ser assim, por muito que o problema se agrave e se revele cada vez mais premente fazer alguma coisa.
Típica e estupidamente prevalecem duas razões para o impasse.
A primeira é ideológica. Vá-se lá saber porquê, a nossa esquerda associa à direita a agenda da natalidade. É que estaremos sempre a falar da maternidade, do incentivo aos nascimentos, da família (sendo a família convencional - homem / mulher - a que tem significativa propensão para gerar crianças). Tudo termos ou conceitos que causam urticária à esquerda, por nos reconduzir ao elementar das relações familiares e sociais. E dessa urticária brota a resistência, por muito que ela não lhe aproveite - nem a ela nem a ninguém.
A segunda razão é de ordem puramente estratégica e política, no seu sentido mais desprezível. Com a alternância política, cada facção tem disposto das maiorias aparentemente suficientes para avançar com medidas concretas de promoção da natalidade, sem que a resistência da oposição represente um verdadeiro obstáculo. Os mandatos, todavia, sucedem-se, as maiorias e os protagonistas mudam, e apenas nos são servidos pequenos paliativos, acompanhados de chavões propagandistas. À clareza de intenções e de medidas na oposição sucede-se uma cruel tibieza no Governo.
Já sabemos. As circunstâncias condicionam. Os constrangimentos orçamentais justificam tudo. E cada liderança, em concreto, tem as suas próprias prioridades de entre aquelas que representam o seu partido.
Eu diria que as circunstâncias revelam com mais clareza as verdadeiras prioridades (porque são esses os momentos de fazer opções).
Ora, esta dança entre oposição e poder torna irresistível a ambos os "lados" expor as contradições entre as declarações e as ações. Pouco interessa se as propostas de acção são boas e até indiscutíveis. Pouco releva a urgência dessas acções. O que verdadeiramente importa - chega a dar um prazer indisfarçável - é expor as contradições, denunciar a hipocrisia, desmascarar a autoridade moral. No fundo, não há como desperdiçar um bom número político.
Não teria problema, não seria gravíssimo ou mesmo criminoso, se o interesse de todos não estivesse a ser desprezado, agravando o estado de urgência que vivemos.
Qualquer pessoa, parcial ou imparcial, de direita ou de esquerda, no governo ou na oposição, e desde que consciente, só pede 3 coisas:
1. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
2. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
3. Deixem-se de jogos e de tretas e aprovem medidas a sério de apoio à natalidade.
(Não necessariamente por esta ordem, como se costuma ressalvar).
#Saladeestar
#Escritório

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Túnel do Marão?

Já estive a ver o mapa e não vai para a Pontinha, nem para a Amadora, nem para Odivelas, nem Santa Apolónia, nem Terreiro do Paço, nem São Sebastião da Pedreira, nem Cais do Sodré.
Também não consegui perceber de que linha é que faz parte. Da amarela não é. Da vermelha e da azul também não. E na verde não encontro. Mas por que diabo e para chegar onde se fez o túnel?
Ironias à parte (a que não resisti) apetece-me dizer que o problema do Túnel do Marão é ser o Túnel do Marão.
A inauguração do próximo sábado padece de um atraso tal que já só me pergunto se é mesmo verdade que foi construído o Túnel do Marão – «o segundo maior da península» (muito gostamos nós destas medidas de grandeza!).
Não fosse o Túnel no Marão e há muito mais tempo teria sido inaugurado. Mesmo que custasse o dobro, derrapasse outro tanto e fosse o 50.º investimento de dezenas ou centenas de milhões na mesma região.
O povo costuma dizer que nas famílias há filhos e enteados. Eu acrescento que também é assim nos investimentos do Estado que envolvem muitos milhões.
É fazer a lista e medir os investimentos do Estado dos últimos 15 anos. Haverá poucos espalhados pelo país, haverá alguns com olhos de ver à volta do Porto e depois, bem, depois, haverá para aí uns 50 na famosa região do efeito spill over (só a ampliação do metro nos últimos anos dava para 3 ou 4 Túneis do Marão!).
#Saladeestar
#Escritório

terça-feira, 3 de maio de 2016

Escreve-se assim, mas lê-se assado

A celeuma à volta de como se deve ler ou dizer «Leicester» não é original. Por exemplo, estou farto de dizer que «Cedofeita» não se lê como se se escrevesse «cedo feita» mas sim como se se escrevesse «se do feita»!
Ah, mas eu leio como se escreve…
Tudo bem. Se queres ser parolo, estás à vontade.
#Saladeestar

Leicester

É inacreditável. É mesmo bombástico.
Qualquer comparação com feitos improváveis outrora conquistados por outros - costumam invocar a Dinamarca de 1992 ou a Grécia de 2004 - não serve (e esses feitos até parecem fáceis ao lado desta façanha). Não estamos a falar de um torneio de 6 jogos. Estamos a falar do melhor e mais poderoso campeonato do mundo, com dezenas de jornadas e milhões investidos pelos mais fortes clubes europeus.
O Leicester representa e representará o ideal de que em futebol tudo é possível.
História é isto. Sem qualquer exagero.
PS. Foi pena não terem selado em campo, com adeptos nas bancadas, a conquista histórica. Merecerão todos os festejos e homenagens. Jogadores, treinador e adeptos.
#Saladejogos

domingo, 1 de maio de 2016

Quo Vadis Porto?

1. Passaram 24 horas mas não me passaram ainda os piores sentimentos (quis esperar algumas horas, num assalto de prudência e de vã esperança).
2. Vergonha própria e alheia. Por cada um daqueles protagonistas que envergam a malha sagrada e que não sabem o que isso é. Mas também por cada um daqueles que se sentam na tribuna. A estes, aliás, dirijo também a minha revolta, que vergonha é pouco.
3. Pior que ser de um clube que perde é ser um adepto conformado, em negação ou a tentar disfarçar. E isso é criminoso quando se tem responsabilidades.
4. As declarações à comunicação social roçam o doentio e confirmam o pior. Estamos a reproduzir tudo o que desprezávamos nos outros. Palavra a palavra. Protagonista a protagonista. Dos jogadores ao líder máximo. Onde bastava um singelo pedido de desculpas estão protestos vazios e até embaraçantes (porque já nem sequer em nosso proveito).
4. Há uns anos, testemunhei a conversa entre dois amigos por um deles ter avançado para a presidência de um clube – do seu clube do coração – ao que o outro ripostava, quase incrédulo, com um simples «és maluco?». Tão depressa ripostou como ouviu a explicação mais simples mas mais genuína: se sentisses que o teu clube precisava de ti tu não te disponibilizavas?
5. ...

#Saladejogos