quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Brincar com o fogo

Estou cansado de especialistas florestais. De doutorados em políticas de prevenção e de protecção civil. De indignados de Verão. Venham eles de onde vierem.
Desculpem a generalização mas são todos incompetentes. Aliás, somos todos. Pelo que fazemos. Pelo que não fazemos. E não me venham falar de falta de meios ou de falta de relevância no palco das prioridades. Porque a ser verdade (e até poderá ser) é por sermos infantis na nossa incompetência.

Parecemos aquelas crianças que, pela décima vez, têm um desarranjo intestinal e infernizam a noite aos pais, só porque se alambosaram com mil e uma guloseimas contra todas as recomendações dos paizinhos. É cultural: a falta de autoridade, a atracção pelo imediato, o sofrimento desnecessário.

Nós sabemos do calor. Sabemos do vento. Sabemos da nossa triste tradição. E nada muda. Continuamos, como se nada fosse, a alambosarmo-nos até ao inevitável desarranjo intestinal.

Eu sei que a prevenção dá escassos votos. E que a reconstrução e replantação dão muitos mais e até servem para excelentes números mediáticos. Mas estou farto. Já chega. Não é de agora nem de ontem. Mas já era tempo de deixarmo-nos de brincadeiras. Já ardem!

PS. É um dó de alma ver o país a arder. Mas impressiona-me muito o que se está a passar na Madeira. Devo tanto à Madeira, sou tanto da Madeira, sinto tanto a Madeira. Que para lá lanço o meu primeiro abraço!

#Escritorio
#Saladeestar

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